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A MODA agora são os encontros-relâmpago pela internet. Os chamados speed-dating. Funciona assim: você escolhe um pretê nos tais sites de relacionamento e, quando vai encontrá-lo, tem de 90 segundos a três minutos para dar seu veredicto sobre ele. Assim mesmo, na lata. Se, depois desse ínfimo tempo, um dos dois participantes achar que o outro é maçante, que tem orelha de abano, que está mal vestido... adeus, minha concubina.
O que se prega é a buzina do Chacrinha sentimental. O objetivo é não perder tempo. Abaixo os namoricos que não dão em nada, os enganos e as tentativas. Os freqüentadores desses sites querem se envolver em histórias "vencedoras". Talvez, num futuro próximo, casar um com o outro. Ter um casal de filhos. E chegar às bodas de ouro.
Mas será que os criadores do speed-dating e seus participantes não percebem que a vida é feita de contrastes? Pois os encontros que dão errado também dão certo. Parece otimismo maluco, mas é que a vida é feita disso. De coisas boas e ruins. De cair e levantar. De amar e desamar. De experimentar. De se dar mal. De cair do salto. E tentar aprender com isso. Ou não aprender nada. Mas pelo menos poder contar para os outros que levou um megatombo.
Não somos a favor de relacionamentos que nos machucam. Isso é masoquismo. Mas imagine se pudéssemos eliminar da nossa memória todas as experiências negativas? Teríamos a impressão de que nossa vida sempre foi o máximo, nunca teríamos nos machucado, chorado, tido um emprego ruim, ficado de recuperação. Ou seja, um tédio. O contraste é que faz as coisas parecerem boas e as ruins serem vistas como tal. Afinal, se você não sair com um cara meia-bomba, como vai perceber que aquele outro é sensacional? Isso sem falar na lei da mudança inevitável. Um relacionamento que começou ruim pode ficar fantástico. E vice-versa. Aquele pretê que à primeira vista parece só ter qualidades pode ser um idiota-canalha-exibicionista. E aquele outro mal vestido pode ser incrível.
Por último: se a gente tivesse 90 segundos para parecermos incríveis, provavelmente falharíamos. E somos incríveis, é claro. Mas dia sim, dia não.
Fonte: HALLACK, Jô; LEMOS, Nina; AFONSO, Raq. 02 neurônio: 90 segundos para amar. Folha de S Paulo, São Paulo, 18 ago. 2008.Disponível em:. Acesso em: 19 ago. 2008.
Observando o registro de linguagem utilizado no texto, identifique o leitora que o mesmo se destina: